Os riscos envolvidos com o mosquito aedes aegypti podem gerar apreensão e insegurança aos pais de bebês pequenos. Principalmente em períodos de surto de dengue, zika, febre amarela e chikungunya. Mas, antes de correr com os repelentes para bebês, é preciso se informar sobre o uso deles, já que existem contraindicações que devem ser respeitadas.
O mesmo ocorre com o uso de protetor solar em crianças bem pequenas. Você sabia que nem todo bebê pode receber esses produtos na pele?
Saiba quando usar estes produtos, a seguir.
Quando posso usar repelentes para bebês?
Vamos falar primeiro sobre o uso dos repelentes em crianças. Anote: não se deve utilizar repelentes na pele do bebê antes dos seis meses de idade. Mas, não se preocupe. É possível prevenir as picadas de insetos com algumas medidas simples, como:
- usar repelentes ambientais sem cheiro;
- manter janelas fechadas ou protegidas com telas para mosquitos;
- usar ventiladores nos períodos mais quentes do ano;
- usar mosquiteiros no berço, carrinho e bebê conforto;
- colocar roupas que também os braços e pernas da criança.
A partir dos seis meses, a Agência Nacional de Saúde (Anvisa) aprova o uso de repelentes em bebês, porém, com algumas condições importantes. É importante contar com a recomendação do pediatra, para que o produto mais adequado seja indicado, principalmente para se evitar o risco de alergia.
O uso do repelente, nesta fase, deve respeitar as seguintes recomendações:
- não utilizar produtos à base de DEET, que é tóxico para bebês menores de dois anos;
- não se deve utilizar repelentes à base de óleo de citronela e icaridina. A partir dos dois anos de idade, é permitido o produto, desde que contenha 25% de citronela e 1,2% de icaridina;
- não se deve passar o produto na pele irritada, ou próximo dos olhos e dos lábios do bebê;
- lavar as mãos antes e depois de passar o produto na criança;
- a criança não deve dormir com repetente no corpo.
E o protetor solar?
A exposição do bebê ao sol é algo muito sério e que deve ser observado com cautela pelos pais. O tema é tão importante que a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) produziu o Guia de Fotoproteção na Criança e Adolescente para alertar os pais e médicos sobre como proceder a respeito do tema.
As crianças possuem uma pele mais fina e mais sensível, em comparação aos adultos. A epiderme delas absorve produtos químicos com mais facilidade. Por isso, elas estão mais expostas à toxicidade dos cosméticos.
Devido a essa sensibilidade, é totalmente contraindicado a exposição do recém-nascido diretamente à luz solar. Expor a criança diretamente ao sol, inclusive em passeios na praia, deve ser feito apenas a partir dos 6 meses, com o uso de filtro solar específico para o bebê.
O filtro solar deve ser usado a partir dos 6 meses, com FPS 30 ou superior. A partir do momento em que a criança pode usar o produto, ele deve ser aplicado inclusive em dias nublados.
Tipo de filtro solar recomendado para crianças
O bebê de 6 meses a 2 anos de idade deve utilizar filtros solares inorgânicos (físicos) ou de barreira, já que protegem imediatamente após a aplicação na pele. A partir dos 2 anos, pode-se utilizar filtros químicos, ou orgânicos. Este tipo requer um intervalo de 20 minutos para proteger a pele da criança completamente contra a radiação UV, UVB e UVA, emitidos pelo sol.
É importante tomar outras medidas protetivas contra a exposição solar da criança, além do uso do filtro solar com as características mencionadas acima. Os pais devem ter atenção com alguns hábitos, como:
- expor a criança ao sol somente nos horários de “sol amigo”, antes das 10h e depois das 16h;
- usar roupas, óculos e bonés infantis com proteção UV;
- usar roupas escuras na exposição da criança ao sol, já que elas protegem de 3 a 5 vezes mais do que as claras;
- usar películas de vidro com proteção UV e UVB.
Outra informação importante: quando utilizar repelentes para bebês e expor a criança ao sol, o protetor solar deve ser aplicado antes, para que a proteção da pele seja garantida.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como pediatra em São Paulo!