Primeiro o bebê fica com febre. Depois aparece uma bolinha na mão, uma bolinha no pé, algumas em volta dos lábios e aftas dentro da boca… Essa é a doença mão-pé-boca típica. Mas nem sempre é dessa forma. Ás vezes as bolinhas podem estar pelo corpo, ás vezes lá no fundo da gargante (e nesse caso pode ter outro nome, a herpangina).
Geralmente a doença mão-pé-boca aparece nos menorzinhos, que ainda tem o sistema imunológico mais frágil. É uma doença que se espalha fácil. A transmissão pode ser por alimentos e objetos contaminados, contato com outras crianças contaminadas, bem como com suas fezes e/ou urina. Inclusive mesmo depois de curada a criança pode continuar transmitindo o vírus pelas fezes por até mais um mês. Logo, as crianças mais susceptíveis são as de escolinhas e creches.
O período de incubação é de 3 a 6 dias. No começo o diagnóstico pode ser difícil. Costuma sumir em 7 a 10 dias espontaneamente.
O diagnóstico da doença mão-pé-boca é clínico. Exames de fezes ou de sangue podem ajudar a identificar o tipo exato do vírus, mas na maior parte das vezes isso não é necessário. O principal vírus causador dessa doença é o Coxsackie.
É uma doença mais comum no outono e que é causada por mais de um tipo de vírus. Ou seja, a criança pode ter a mesma doença mais de uma vez.
Não existe vacina nem tratamento específico. Quando existem muitas lesões na boca a criança pode ter bastante dor para comer. Nesse caso não é indicado oferecer a comida muita quente, alimentos ácidos ou muito salgados. Opte por comida mais pastosa e pode sim dar bebida mais geladinha. Aliás, é muito importante hidratar bem a criança nesse período. Sintomáticos como analgésicos e antitérmicos podem ser prescritos pelo seu pediatra. Em alguns casos, pode ser aplicado um laser nas lesões da boca. Converse com seu pediatra para saber se no seu caso é indicado. Antibióticos não são indicados, por ser esta uma doença viral.
É indicado que a criança não vá para a escolinha no período em que estiver com as manifestações clínicas. Isso porque além de passar para as outras crianças facilmente, é melhor que ela fique em casa descansando e com alimentação e hidratação mais específicas.
Em alguns casos podem existir complicações. Por conta da dificuldade de engolir, algumas crianças não conseguem nem ingerir líquidos e podem acabar desidratadas. Nesse caso é necessário internar a criança para hidratá-la com soro na veia. Em casos mais raros, pode haver acometimento da região do cérebro pelo vírus, causando a meningite ou a encefalite pelo vírus. Por isso sempre vale a pena prestar atenção nos sinais de alerta, reforçando: febre que não melhora após 72 horas, febre que não cede com antitérmicos e sempre o sinal que eu considero mais importante: criança prostrada, largada, ou muito irritada! (Sabe quando a mãe fala: “doutora, meu filho não é assim, ele tá estranho”, esse é o sinal que sempre mais me preocupa e deve sempre ser valorizado).
Higiene e evitar contato com as pessoas doentes são a maior forma de prevenir a doença mão-pé-boca. Sempre lavar as mãos das crianças, bem como os brinquedos e objetos utilizados por elas. Adultos também devem sempre lavar as mãos, principalmente após a troca de fraldas, para evitar que eles mesmos transmitam os vírus para outras crianças.