Chega essa época do ano e todo mundo começa a ouvir sobre bronquiolite!
Afinal, o que é a bronquiolite? A bronquiolite é uma infecção viral que atinge a parte mais delicada dos pulmões dos bebês, os bronquíolos.
Como toda doença viral respiratória, começa com um quadro de coriza, obstrução nasal, resfriado, tosse. Pode evoluir com febre, tosse mais intensa, dificuldade para respirar, chiado no peito e respiração mais ofegante.
Em algumas crianças esse quadro pode ser ainda mais grave, evoluindo com cianose (lábios e extremidades mais roxinhas), sonolência, respiração gemente e até pausas na respiração. Essas crianças são especialmente os bebês prematuros, menores de 1 ano, bebês com doenças cardíacas ou pulmonares. Nesses casos, muitas vezes o bebê precisa ser internado em uma Unidade de Cuidados Intensivos.
Nas crianças saudáveis, boa parte das bronquiolites têm boa evolução, sem necessidade de internação.
O principal causador da bronquiolite é o Vírus Sincicial Respiratório (VSR). Mas ela também pode ser causada por outros vírus, como o Influenza, adenovírus, rinovírus, entre outros.
A via de transmissão pode ser através do contato direto por secreções respiratórias (gotículas de tosse de uma criança infectada, por exemplo) ou através de superfícies ou objetos contaminados. Em algumas superfícies o vírus pode permanecer vivo por até 24horas!
O período de incubação é de 4 a 5 dias. O período de eliminação do vírus dura de 2 a 8 dias. Em alguns casos, principalmente nas crianças de risco, a melhora total pode levar até 4 semanas. No Brasil, o pico de incidência dos casos de bronquiolite ocorre entre abril e setembro.
O diagnóstico é principalmente clínico, mas existem alguns exames para a identificação do vírus causador, o que pode ser útil em alguns casos.
Não existe um tratamento específico para a bronquiolite. Orientações gerais que ajudam: sempre lavar muito bem as mãos, evitar contato com fumantes, manter alimentação normal da criança, oferecer bastante líquido, inalação com soro, lavagem nasal e antitérmicos/analgésicos conforme necessidade. O único tratamento com evidência científica é o oxigênio, e por isso algumas crianças precisam ficar internadas. Outras medicações e fisioterapia respiratória também podem ser úteis dependendo do caso. Lembrando que antibióticos não são indicados, já que essa é um doença viral.
Em alguns casos, principalmente nos mais graves e que necessitaram de internação, a criança pode apresentar novas crises de chiado no peito após um episódio de bronquiolite. E esse é mais um motivo para manter sempre o acompanhamento do seu bebê em dia com o pediatra.
E em casos seu bebê deve ser levado ao hospital? São os sinais de alerta como a gente fala sempre. São eles:
- Queda do estado geral: aquela criança que fica largadinha, não quer ficar acordada, não quer mamar/comer
- Sinais de desidratação (por exemplo ficar sem fazer xixi)
- Cansaço para respirar (quando o bebê respira aparecem as costelinhas, faz um esforço pra respirar que até afunda a região do pescocinho)
- Pausas respiratórias (a criança fica com a respiração irregular, chegando a ficar alguns segundos sem respirar)
- Pele arroxeada
- Gemência
- Bebês menores de 3 meses, prematuros (especialmente menores de 32 semanas), cardiopatas ou com alguma outra doença de base.
Não existe uma vacina para prevenir a Bronquiolite. Existe uma medicação, o Palivizumabe, que é um anticorpo contra o VSR, usado somente para os pacientes de maior risco. Essa medicação é feita em 5 doses, nos meses de maior circulação do vírus.
Sendo assim, a prevenção é fundamental. Por isso devemos evitar lugares fechados com os bebês, principalmente nessa época do ano. Evitar contato com pessoas resfriadas, lavar muito e sempre as mãos, evitar o contato com fumantes, aleitamento materno exclusivo até o sexto mês e, se possível, não levar a criança tão cedo para a escolinha. Além disso, manter sempre a carteirinha de vacinação e as visitas ao pediatra em dia.