Você sabia que doenças já erradicadas no Brasil estão voltando? Segundo o Ministério da Saúde, a incidência de novos casos de sarampo e poliomielite, por exemplo, é preocupante e pode ameaçar desde recém-nascidos a idosos. O principal motivo de tudo isso é a baixa cobertura vacinal. Alguns boatos como “o mercúrio presente nas vacinas causa autismo”, ” a vacina da gripe causa gripe”, “gestantes não devem tomar vacinas” contribuíram para a menor adesão às vacinas
Ficou preocupado com a situação? Quer saber como proteger seu bebê? Neste post indicaremos quais são as vacinas que devem ser aplicadas nos primeiros anos de vida.
A ação das vacinas
As vacinas estimulam nosso sistema imunológico a produzir anticorpos, nossos agentes de defesa que defenderão nosso corpo de determinada doença. A maioria das vacinas protege cerca de 90 a 100% das pessoas. Todas as vacinas no Brasil passam por um rigoroso processo de avaliação pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), garantindo sua segurança.
As vacinas podem ser atenuadas (agentes infecciosos vivos, porém muito enfraquecidos) ou inativadas (agentes mortos, alterados, ou apenas uma partícula deles). Além desses agentes as vacinas podem conter outras substâncias, como água estéril, soro fisiológico, proteína do ovo de galinha, timerosal, lactoalbumina (uma proteína do leite de vaca). História prévia de alergia grave a alguma destas substâncias deve ser sempre informada.
Em bebês, a maioria das vacinas são aplicadas nas coxas. Já em crianças são aplicadas, normalmente, nos braços.
Calendário de vacinação: fique de olho
No Brasil, o Calendário Nacional de Vacinação é definido pelo Ministério da Saúde e todas as vacinas podem ser aplicadas gratuitamente, nos postos de saúde.
Veremos, a seguir, quais vacinas são previstas até os 4 anos de idade. Confira!
Ao nascer
BCG (Bacilo Calmette-Guerin) — Tuberculose miliar e meníngea | dose única
Hepatite B — Primeira dose
2 meses
Pentavalente — Difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e Hib ( Haemophilus influenzae tipo b) | 1ª dose
VIP (Vacina Inativada Poliomielite) — – 1ª dose
Pneumocócica 10 Valente — 1ª dose
Rotavírus monovalente — 1ª dose
3 meses
Meningocócica conjugada C — 1ª dose
4 meses
Pentavalente — 2ª dose
VIP (Vacina Inativada Poliomielite) — 2ª dose
Pneumocócica 10 Valente — 2ª dose
Rotavírus monovalente— 2ª dose
5 meses
Meningocócica conjugada C — 2ª dose
6 meses
Pentavalente — 3ª dose
VIP (Vacina Inativada Poliomielite) — 3ª dose
9 meses
Febre Amarela — dose única
12 meses
Tríplice viral — Sarampo, caxumba e rubéola | 1ª dose
Pneumocócica 10 Valente — reforço
Meningocócica conjugada C — reforço
15 meses
DTP — Difteria, tétano e coqueluche | 1º reforço
VOP (Vacina Oral Poliomielite) — 1º reforço
Hepatite A — dose única
Tetra viral — Sarampo, rubéola, caxumba e varicela/catapora | dose única
4 anos
DTP — 2º reforço
VOP (Vacina Oral Poliomielite) — 2º reforço
Calendário particular
Existem algumas vacinas no calendário da Sociedade Brasileira de Pediatria e da Sociedade Brasileira de Imunizações que não constam no calendário do SUS. Em relação à fiscalização e segurança não há diferenças, mas podem ser encontradas diferenças em relação aos efeitos colaterais e à ampliação da cobertura.
Entre as principais diferenças:
Hexavalente acelular: a vacina, que deve ser dada aos 2,4 e 6 meses, com reforço aos 15 meses, inclui as vacinas contra Difteria, tétano, coqueluche, hepatite B, Hib e poliomielite numa única “picada” e na forma acelular, o que reduz a chance de efeitos colaterais.
Rotavírus: a vacina das clínicas particulares é a pentavalente, composta por 5 tipos de rotavírus vivos “enfraquecidos” e deve ser dada aos 2,4 e 6 meses (x 1 tipo da vacina pública que é dada em duas doses)
Pneumocócica 13 valente: abrange 13 sorotipos de pneumococos (x 10 sorotipos da vacina pública).
Meningocócica conjugada ACWY: protege contra as meningites e infecções generalizadas causadas pela bactéria meningococo dos tipos A,C,W e Y (x somente o tipo C na pública)
Meningocócica tipo B: Essa vacina não consta no calendário do SUS. É recomendado o uso de quatro doses: aos 3,5 e 7 meses com dose de reforço entre 12 e 15 meses.
Lembrando que o calendário tem como a base a criança saudável. Para prematuros ou crianças com alguma imunodeficiência podem haver algumas alterações. Também existem aquelas que devem ser tomadas em situações ou campanhas específicas, como a vacina da gripe. Os pais devem estar sempre atentos e consultar o pediatra sempre que necessário.
Ainda tem muito pra falar sobre o tema…
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